quinta-feira, novembro 12, 2009

Amor & Cabana


Lembro-me de atravessar a Av. da Liberdade, entrar na Rodrigues Sampaio e andar a passo largo e ansioso até àquela porta, que depois de entrar e descer 0s degraus me levava até ti. Lembro-me do teu sorriso quando me vias e do orgulho que sentia em ser tua namorada.
Lembro-me do caminho inverso, contigo ao meu lado, de pararmos para comer alguma coisa naquele café que fica ao lado do cinema S. Jorge. Tenho saudades do cinema S. Jorge! Era o nosso preferido e tantas vezes lá íamos. Lembro-me que apanhávamos o metro. O percurso passava rápido, nem dávamos por ele. Excepto, talvez, a estação do Parque, que sempre foi a nossa favorita. De mãos dadas, a trocar mimos, sempre tão apaixonados, não era?
Lembro-me do tanto que jogávamos matraquilhos no Chinquilho. As saudades que tenho de jogar matraquilhos..Parece que te estou a ver a olhar para mim. Éramos uma boa equipa. Tu à baliza, eu à frente. Uma pausa para escolher a música. Cinquenta escudos duas músicas e outros cinquenta dez bolas nos matrecos...Supertramp, Marillion, Doors, também lá esteve Pink Floyd, não foi?
Lembro-me de tantas das tuas expressões. Da nossa cumplicidade numa troca de olhares. Eu a começar uma frase e tu a concluí-la, como se soubesses sempre no que estava a pensar e o mesmo sucedia ao contrário. A tua boca, a forma como seguravas o cigarro nos lábios durante tanto tempo ( e eu que sempre te quis imitar e nunca consegui), a forma como esticavas os lábios, como se os estivesses a morder, sem estares, de cada vez que a minha teimosia persistia e a tua impaciência começava a ganhar forma.
Lembro-me daquele passeio onde nos sentávamos à noite, naquele bairro sem qualquer atractivo visual, sentados no chão, tu de pernas abertas e eu sentada no meio das tuas pernas e então começávamos a sonhar, a ver o mar, a ouvir as ondas e não sei porquê, mas havia uma árvores onde eu estaria sempre à espera de me orgulhar de ti! Essa árvore tem durado tantos anos na nossa memória, como tu me virias lembrar num passado agora tão recente... O amor e a cabana...e a árvore!
Lembro-me do que sentia quando te via aproximar, lembro-me porque ainda o consigo sentir, se fechar os olhos e imaginar... Lembro-me do teu olhar, do teu sorriso tímido, porque um dia alguém te disse que tinhas um sorriso feio (imagine-se), mas eu deliciava-me com o teu sorriso, ou com os teus vários sorrisos: o tímido, o alegre, o malandro e aquele que antecedia a gargalhada.
Lembro-me da forma como me tocavas, as coisas que me dizias e a forma como encaixávamos tão bem em tudo.
Lembro-me, sobretudo, das saudades que tenho desses momentos que vivemos.
Lembro-me que os tinha adormecido durante anos e que agora que os vieste acordar, estou com imensa dificuldade em voltar a adormecê-los...

segunda-feira, novembro 09, 2009

Os meus dias nem por isso...


Há dias que sinto uma dor profunda no peito. Sei que não é uma dor física, é emocional e que não tem cura, simplesmente vai e vem!
Hoje foi um desses dias! E nos dias como os de hoje, sinto-me pequenina, presa numa concha e com uma enorme restrição de movimentos! Apetece-me gritar para me exorcizar, mas não posso, ou não devo. então sinto-me a rasgar e dói... Depois as horas passam e o suplicio vai atenuando e tudo volta à normalidade, a minha vida, a minha rotina, as dúvidas, as certezas, os sonhos...
Há dias bons e outros nem por isso...

Boa semana!

domingo, novembro 01, 2009

Dias curtos...



Novembro não me dá particular prazer!
Hoje já choveu, continua a chover. Ontem o sol brilhava e aquecia, de tal forma que tínhamos que arregaçar as mangas.
Com a mudança da hora os dias já se tornam mais deprimentes, são curtos e as noites longas. Esses curtos dias não chegam para nada! O melhor deste tempo é o prazer de estar enrolada num cobertor, a bebericar um chá quente a ler um livro. Disso eu gosto, mas quando tenho que sair de casa...começa por custar muito mais a sair da cama, segue-se a escolha da roupa e agarrar toda a coragem possível para sair de casa, procurar o carro e dar uma corrida para nos abrigarmos lá dentro, já com algumas pingas de chuva desfeitas em cima de nós. Não gosto!
Os dias não têm cor, as roupas são mais escuras, os sorrisos são como os dias, mais pequenos.
Outubro foi, na maior parte dos dias, soalheiro e de temperaturas agradáveis! Novembro começa com chuva...
Novembro não me dá, mesmo, particular prazer!

Boa semana!