terça-feira, outubro 16, 2007

Sinto saudades...

Da minha filha que deixei no colégio esta manhã;
Dela quando era muito bébé e dependia totalmente de mim;
Da gravidez;
Dos tempos que passava no “blá” a jogar conversa fora e do quanto me divertia com aquelas gentes;
Das emoções que senti naquela altura, das pessoas que conheci;
De não ter responsabilidades;
De não ter contas para pagar;
De não ter que esticar os euros até ao final do mês;
Do escudo;
Dos pequenos almoços aos domingos de manhã, depois da piscina;
De andar de bicicleta;
Do meu Clio, dos passeios que davamos nele;
Da Cave;
Do Moinho;
Das brigas com o Alex;
Da inocência da Ana;
De me sentar numa esplanada e ficar a ver o dia desaparecer no horizonte;
De caber numas calças 36;
De conduzir com a janela aberta, com o vento a bater na cara e sentir total liberdade;
De passar fins-de-semana fora, fazer turismo habitação;
Do meu Fiat, vulgo, Brum;
De ir a jantares de aniversário de amigos;
De me sentir protegida “naquele” abraço
De sentir cumplicidade num olhar, num sorriso;
De não ter que trabalhar, de fazê-lo por gosto e não por obrigação;
De escrever;
De desenhar;
De criar;
De me embrulhar num cobertor e me deitar no sofá, enquanto chove e troveja lá fora;
Do Porto e de Gaia;
Das francezinhas;
Do Douro;
Do Vasco & do Paulo e do que me proporcionaram;
Das minhas aulas de condução e do meu instrutor;
Da Escola Agricola da Paiã;
Do Zé, do Luís, do Dragão, do Jankas, do Montijo, do Vitor, da Claudia, da Madalena, da Vanda;
Do Chinquilho;
Do Renault 5 do Pedro;
Das noites em casa da Rita & do Pedro;
Do Nuno;
De apertar as bochechas do meu irmão quando era pequenino;
Da minha mãe a ler-me histórias na Madeira e dos montes de “calquitos” que passávamos para o papel;
Da cana de açucar e dos tabaibos;
Do doce de amoras;
Da minha professora da primária, D. Ana Borges;
Das férias grandes, que eram mesmo grandes, em casa da minha avó;
De brincar nas traseiras da nossa casa, com a Carminha a fazer comida nas pequenas panelinhas metálicas, com ingredientes de areia e ervas;
Da gelatina verde, no Barreiro, que nunca mais teve um sabor igual;
Do meu vestidinho vermelho com os gatos a andar de bicicleta...

Tantas saudades...

Sem comentários: